PÁSCOA É CELEBRAÇÃO DA MORTE DE INOCENTES


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A PÁSCOA CRISTÃ NUNCA FOI CELEBRADA PELA IGREJA PRIMTIVA. A PÁSCOA CRISTÃ É UMA INVENÇÃO DA IGREJA CATÓLICA ROMANA NO SÉCULO IV.

[Repostagem do texto publicado em 21/04/2019. Corrigido e acrescido com mais informações].
[https://miquels777.wordpress.com/2019/04/21/a-pascoa-crista-nunca-foi-celebrada-pela-igreja-primitiva-a-pascoa-crista-e-uma-invencao-da-igreja-catolica-romana/]

Neste estudo, além de provar que a Páscoa cristã nunca foi celebrada pelos cristãos durante os dois primeiros séculos da Era Cristã, vou também provar que a Páscoa ou Pessach, que significa “passagem” em hebraico, nada tem a ver com a passagem dos israelitas da escravidão para a liberdade. Pois o que quase ninguém sabe é que essa “passagem” refere-se à passagem do anjo da morte matando todos os primogênitos do Egito. A festa da Páscoa foi criada para celebrar a morte de inocentes do Egito. Ou seja, ao celebrar a Páscoa, judeus e cristãos comemoram a morte de inocentes. Jesus também é considerado um filho primogênito, o Cordeiro de Deus, que foi sacrificado como inocente. No entanto, a ordenança da festa da Páscoa não se restringiu apenas a sacrificar cordeiros e passar o sangue nos umbrais das casas. O Deus Javé também estabeleceu que a partir daquele momento, todos os filhos primogênitos dos animais e também dos israelitas deveriam ser oferecidos em sacrifícios para Ele, mas com uma diferença: cada filho primogênito dos israelitas devia ser trocado por um cordeiro de um ano para ser sacrificado em seu lugar. Lembrando que os cordeiros oferecidos em holocausto por Abel, Noé, Abraão e Jacó não eram animais primogênitos. A prática de oferecer animais primogênitos só foi exigida após a instituição da festa da Páscoa. Os outros deuses também pediam sacrifícios de animais e de seres humanos, como crianças inocentes e moças virgens, mas o Deus Javé foi mais exigente, pois pediu só os filhos primogênitos dos humanos e dos animais limpos; e menos rigoroso, pois permitiu que remissem os filhos antes de sacrificá-los. Porém, os primogênitos dos ovelhas e dos bois não podiam ser remidos; deviam ser oferecidos em holocausto. A carne dos animais primogênitos oferecidos em holocausto devia ser queimada até o fim. Já a carne dos animais oferecidos em sacrifícios pacíficos podiam ser consumidas pelos sacerdotes. Para não ser cruel igual aos outros deuses, Javé permitiu que os israelitas não oferecessem diretamente os próprios filhos em holocausto, mas que remissem cada primogênito, trocando-o por um cordeiro sem defeito e sem mancha para ser sacrificado. Em outras palavras, a liberdade dos israelitas custou a vida de crianças inocentes, e o Deus Javé aceitava sacrifícios humanos, embora de forma indireta. E judeus e cristãos até hoje acham bonita e santa a celebração da Páscoa.

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O que judeus e cristãos não percebem é que o Deus Javé, da Bíblia, era sedento por sacrifícios de filhos primogênitos, tanto dos animais quanto dos humanos, ou seja, Ele adorava receber holocaustos de animais primogênitos e crianças inocentes, igualmente como os deuses caídos exigiam. Os teólogos cristãos inventaram argumentos para justificar que os sacrifícios de animais primogênitos oferecidos ao Deus Javé apontavam para Jesus Cristo, o suposto Cordeiro de Deus, ou seja, que os sacrifícios de cordeiros eram sombra do sacrifício de Jesus pelos pecados do mundo. Mas esses argumentos não têm cabimento, pois Jesus não deu sua vida para perdoar pecados de seres humanos. Primeiramente porque Jesus era um ser humano, e quando morreu, era um homem adulto, de 33 anos, e não um filho primogênito de três anos de idade. E pelo que sabemos, os cordeiros oferecidos em holocausto por Abel, Noé, Abraão, Isaque e Jacó jamais tiveram a finalidade de obtenção de perdão de pecados. Os cordeiros eram oferecidos em holocaustos apenas como uma forma de culto e adoração ao Deus Javé. Mas a exigência de holocaustos de animais primogênitos partiu do próprio Deus Javé. Portanto, Jesus não podia ser chamado de ‘Cordeiro de Deus’. Ademais, o próprio apóstolo Paulo contradiz essa história de que Jesus foi oferecido como Cordeiro de Deus. Na epístola aos hebreus Paulo diz que Jesus não se ofereceu em sacrifício como um cordeiro, mas como um sumo sacerdote da Ordem de Melquisedeque. Ou seja, Jesus teria se oferecido a si mesmo em sacrifício na condição de sumo sacerdote dessa tal ordem lendária de Melquisedeque, e não como um cordeiro. Um verdadeiro absurdo. E os cristãos acreditam nessa heresia de Paulo até hoje. E na verdade, o Deus Javé oficializou a festa da Páscoa em homenagem ao sacrifício coletivo dos filhos primogênitos dos egípcios, ocasião em que também estabeleceu que todos os filhos primogênitos dos israelitas deviam ser oferecidos em holocausto para Ele. E para não se parecer um Deus cruel com crianças inocentes, como os outros deuses, Ele permitiu que os israelitas remissem ou substituíssem o filho primogênito por um cordeiro de três anos de idade, a fim de que fosse sacrificado no lugar da criança. Mas o desejo do Deus Javé, nas entrelinhas, era receber sacrifícios de crianças inocentes. Podemos perceber esse fato logo no início da Bíblia, quando Ele recebe holocaustos de animais primogênitos oferecidos por Abel, e fica irado porque Caim quis oferecer apenas frutos de sua plantação. O texto bíblico diz que Caim vivia irado com seu irmão Abel. Mas na verdade, era o Deus Javé que vivia irado com Caim, por não oferecer sacrifícios de animais para Ele. Mas o caso mais explícito de desejo por sacrifícios de filhos primogênitos foi a exigência do sacrifício do filho primogênito de seu fiel seguidor, Abraão. Abraão foi impedido por um anjo de consumar o sacrifício de seu filho Isaque, pois o Deus Javé havia prometido lhe abençoar e multiplicar a sua descendência na terra. Por Isaque ser o único filho herdeiro de Abraão, o Deus Javé resolveu dispensar o sacrifício. Apesar desses absurdos registrados na Bíblia, a consolação que temos é saber que esse Deus Javé não era um Deus todo poderoso, coisa nenhuma! Eram os santos anjos (seres alienígenas do bem) que se faziam passar por essa suposta divindade toda poderosa que judeus e cristãos adoram. Pois, se a doutrina de trindade diz que Deus é um ser absoluto, completo, autossuficiente, por qual razão Ele exigia sacrifícios de animais primogênitos? Se esse Deus da Bíblia era um ser espiritual, transcendente, por que raios Ele dizia que queria sentir o cheiro suave dos sacrifícios?! Se esse suposto Deus da Bíblia é onisciente e onipresente, e conhece o futuro das coisas antes que aconteçam, e que para Ele o passado e o futuro é o mesmo que o presente, por que sempre se comportou como um Deus arcaico, atrasado no tempo, sem ética e sem uma moral ilibada, com ideias e mandamentos ultrapassados? A única resposta para todos esses questionamentos é que esse Deus da Bíblia não era e não é um ente real. Eram seres alienígenas que se manifestavam como uma divindade poderosa para enganar os seres humanos primitivos, ingênuos, que não tinham conhecimento pleno sobre a realidade do mundo. E até hoje, milhões de seres humanos ainda continuam no engano, adorando seres alienígenas.
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Eu, Miquels7, estudioso das Escrituras Sagradas, posso afirmar que a Páscoa dos cristãos nunca foi celebrada pela igreja primitiva. Os cristãos primitivos jamais trocaram a celebração da Páscoa Judaica por uma suposta Páscoa Cristã, visto que as festas de Israel continuaram acontecendo mesmo após a morte e ressurreição de Jesus Cristo. Nada foi abolido das festas de Israel. Até os rituais no Grande Templo continuaram sendo ministrados normalmente pelos levitas até o ano 70 d.C, sendo cessados após a destruição do mesmo pelos romanos. O apóstolo Paulo viveu e escreveu suas epístolas até meados da década de 60 d.C. Ou seja, Paulo escreveu suas cartas antes da destruição do Grande Templo no ano 70 d.C enquanto vigoram as festas de Israel e a Lei de Moisés. Nas igrejas primitivas não se recolhiam dízimos, porque estes eram somente dos levitas, e deviam ser entregues no Grande Templo em Jerusalém. Nenhum apóstolo recebeu dízimos e nem ensinou uma nova doutrina sobre a prática dos dízimos. A obrigatoriedade dos dízimos cessou após a destruição do Templo no ano 70.

A Páscoa cristã é uma invenção dos padres católicos e do Imperador Romano, Constantino, os quais fizeram uma espécie de sincretismo com a Páscoa judaica. E essa Páscoa cristã só foi oficializada no século IV, no primeiro Concílio de Nicéia, em 325 d.C. Alguns historiadores cristãos tentaram convencer que a Páscoa cristã começou a ser celebrada em meados do século II, mas não apresentaram nenhuma prova concreta. Lembrando que aquela ceia instituída por Jesus em lembrança ao seu sacrifício não tem nada a ver com a Páscoa. E essa ceia instituída por Jesus não tinha nada de santa. A ceia era praticamente uma refeição cotidiana, principalmente quando os discípulos se reuniam em um só lugar. Nessa reunião deviam fazer menção à morte de Cristo, não como um ritual, mas como uma honra ao sacrifício do grande Mestre.

Só existe uma passagem nos escritos de Paulo onde ele diz que “Cristo é a nossa Páscoa”. Mas tal afirmativa não quer dizer que Paulo instituiu uma nova Páscoa. Há também registros da celebração da Santa Ceia ordenada por Cristo. Mas esse ritual da ceia ordenado por Jesus não tem nada a ver com a Páscoa. Pois a ceia dos cristãos em memorial da morte de Cristo era para ser realizada todas as vezes que se reunissem, enquanto que a Páscoa era uma celebração anual. Na Igreja Católica atualmente a ceia é realizada em todas as missas, com distribuição da hóstia e do vinho; e nas igrejas protestantes a santa ceia acontece mensalmente. E isso não tem nada de semelhança com a Páscoa Judaica.

Celebração da Páscoa Judaica 2

A atual Páscoa Judaica é comemorada apenas uma vez durante o ano no mês de Abibe (Nisã). E não é comemorada no Templo (porque não existe mais) nem em Sinagogas. A Páscoa é comemorada na casa de cada família israelita. Da mesma forma a suposta Páscoa Cristã é celebrada uma vez por ano. Para os protestantes (evangélicos), a Páscoa deve ser comemorada nas igrejas, e não nas casas dos cristãos. Já os cristãos católicos comemoram a Páscoa cristã nas igrejas e nas suas residências, fazendo uma ceia especial e comendo doces (ovos de chocolate). E a tal “santa ceia” não é celebrada nas casas dos cristãos, mas nos templos. Portanto, o suposto ritual da ceia ensinado por Cristo não tem nada a ver com a Páscoa. Veja mais explicações a seguir.

Os teólogos cristãos fizeram uma miscelânea doida, fazendo um sincretismo da Páscoa Judaica com a Páscoa Cristã.

“Expurgai o fermento velho, para que sejais massa nova, assim como sois sem fermento. Porque Cristo, nossa páscoa, já foi sacrificado” (I Corintios 5:7).

“Porque eu recebi do Senhor o que também vos entreguei: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou pão; e, havendo dado graças, o partiu e disse: Isto é o meu corpo que é por vós; fazei isto em memória de mim. Semelhantemente também, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é o novo pacto no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que o beberdes, em memória de mim. Porque todas as vezes que comerdes deste pão e beberdes do cálice estareis anunciando a morte do Senhor, até que ele venha” (I Coríntios 11:23-26).

NENHUMA OFERTA PELO PECADO, EM QUE O SANGUE FOSSE LEVADO PARA FAZER EXPIAÇÃO NO SANTO LUGAR, PODIA SER COMIDA PELOS SACERDOTES.

Segundo Levítico 6 e Ezequiel 44, os sacerdotes podiam comer parte das ofertas pela culpa ou pelo pecado. Só não podiam comer da carne da oferta pelo pecado em que o sangue fosse levado para fazer expiação no lugar santo e no santo dos santos, na Tenda da Revelação, isto é, no Santuário (Lev. 6:30). Essa oferta pela culpa ou pelo pecado era quase igual a uma oferta pacífica. Por isso os sacerdotes podiam comer parte da oferta pela culpa.

Portanto, se Cristo derramou o seu sangue para expiação e purificação de pecados, ninguém pode comer a sua carne em ritual de santa ceia. Pois, Paulo disse que Jesus entrou no santo lugar, não com sangue de bodes novilhos, mas com seu próprio sangue, para fazer expiação por todos. No entanto, o que Paulo ensinou é pura heresia. Pois, Cristo não morreu para perdoar ou purificar pecados de ninguém. Cada um dará conta de si mesmo a Deus. Cada um responderá pelos seus próprios erros. Ninguém será julgado pela fé em Jesus, mas de acordo com as obras que praticou em vida.

LEVÍTICO 6
25 Fala a Arão e a seus filhos, dizendo: Esta é a lei da oferta pelo pecado: no lugar em que se imola o holocausto se imolará a oferta pelo pecado perante o Senhor; coisa santíssima é.
26 O sacerdote que a oferecer pelo pecado a comerá; comê-la-á em lugar santo, no átrio da tenda da revelação.
27 Tudo o que tocar a carne da oferta será santo; e quando o sangue dela for espargido sobre qualquer roupa, lavarás em lugar santo a roupa sobre a qual ele tiver sido espargido.
28 Mas o vaso de barro em que for cozida será quebrado; e se for cozida num vaso de bronze, este será esfregado, e lavado, na água.
29 Todo varão entre os sacerdotes comerá dela; coisa santíssima é.
30 Contudo não se comerá nenhuma oferta pelo pecado, da qual uma parte do sangue é trazida dentro da tenda da revelação, para fazer expiação no lugar santo; no fogo será queimada.

EZEQUIEL 44
27 E, no dia em que ele entrar no lugar santo, no átrio interior, para ministrar no lugar santo, oferecerá a sua oferta pelo pecado, diz o Senhor Deus.
28 Eles terão uma herança; eu serei a sua herança. Não lhes dareis, portanto, possessão em Israel; eu sou a sua possessão.
29 Eles comerão a oferta de cereais, a oferta pelo pecado, e a oferta pela culpa; e toda coisa consagrada em Israel será deles.

HEBREUS 9
11 Mas Cristo, tendo vindo como sumo sacerdote dos bens já realizados, por meio do maior e mais perfeito tabernáculo (não feito por mãos, isto é, não desta criação),
12 e não pelo sangue de bodes e novilhos, mas por seu próprio sangue, entrou uma vez por todas no santo lugar, havendo obtido uma eterna redenção.

I PEDRO 1
18 sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver, que por tradição recebestes dos vossos pais,
19 mas com precioso sangue, como de um cordeiro sem defeito e sem mancha, o sangue de Cristo.

Os cristãos católicos não comem carne vermelha na Sexta-Feira da Paixão porque dizem que, se comer, estarão comendo ou rasgando a carne de Cristo. Mas na igreja, no domingo de Páscoa, eles servem a hóstia consagrada, que simboliza o corpo de Cristo. Como entender esses cristãos malucos?!

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A FESTA DA PÁSCOA EM ISRAEL, NA ALEMANHA E NOS ESTADOS UNIDOS

A Páscoa judaica é conhecida pelos judeus como Pessach, palavra do hebraico que significa passagem. A Páscoa comemorada pelos judeus também é uma de suas festas religiosas mais importantes, assim como é a Páscoa para os cristãos. A Páscoa judaica é celebrada de acordo com o calendário próprio dos judeus.

O calendário judeu (ou calendário hebraico) é conhecido por ser um calendário lunissolar, isto é, que se baseia nos ciclos da Lua e do Sol. A Páscoa judaica é comemorada anualmente no dia 14 de nissan (ou nisã), pelo fato de que a primeira Páscoa comemorada pelos judeus, enquanto eram escravos no Egito, aconteceu nos dias 14 e 15 de nissan, há cerca de 3500 anos.

“A Pessach é uma festa que é comemorada até hoje em obediência à ordem de Javé transcrita na narrativa, que fala: “Comemorem esse dia como festa religiosa para lembrar que eu, o Senhor, fiz isso. Vocês e os seus descendentes devem comemorar a Festa da Páscoa para sempre.”|1| Sendo assim, a Pessach será comemorada pelos judeus, nos próximos anos, nas seguintes datas:

2019: 19 e 20 de abril
2020: 8 e 9 de abril
2021: 27 e 28 de março
2022: 15 e 16 de abril

A Páscoa judaica, em determinados anos, pode coincidir com a mesma data em que se comemora a Páscoa cristã, mas o significado das duas difere. Enquanto a comemoração judaica relembra a passagem do anjo da morte durante a décima praga que possibilitou a libertação dos judeus da escravidão, a Páscoa cristã relembra o sacrifício de Cristo e sua ressurreição, isto é, sua passagem da morte para a vida.

Elementos que compõem o Sêder, jantar que inaugura a celebração da Pessach judaica

A Páscoa judaica é inaugurada com o Sêder, isto é, um jantar no qual as famílias judaicas reúnem-se para relembrar e celebrar a libertação do povo hebreu. O jantar é realizado dentro de uma estrutura litúrgica que inclui: a leitura do Hagadá, um livro que contém a história de libertação dos hebreus; e o consumo dos alimentos, cada qual com sua ordem específica.

Judeus realizando orações no Muro das Lamentações, em Jerusalém, durante a Pessach

Os judeus, durante a Pessach, não comem nada fermentado, e a celebração inclui uma série de alimentos que possuem, cada qual, uma simbologia diferente. Uma tradição comum da Páscoa judaica é conhecida como Afikoman, nela o matsá (pão sem fermento) é dividido em dois, e o maior pedaço é escondido. Depois do jantar, as crianças partem à procura do pedaço de matsá, e aquela que o encontrar, ganhará um prêmio.”

Saiba mais sobre como é celebrada a Páscoa judaica atualmente clicando no link, abaixo:

https://brasilescola.uol.com.br/pascoa/pascoa-judaica.htm

ELEMENTOS PAGÃOS NA PÁSCOA CRISTÃ

O cristianismo, em geral, durante o processo de conversão de povos germânicos pagãos, apropriou-se de inúmeras tradições desses povos. A Páscoa, sobretudo no hemisfério norte, possui algumas associações com tradições pagãs. Alguns historiadores relacionam a Páscoa com o culto à deusa germânica Eostern, também chamada de Ostara. O termo Páscoa em inglês e alemão, inclusive, muito provavelmente tem sua origem baseada nessa deusa. Veja:

1) Easter, o termo em inglês para a Páscoa (perceba a semelhança com o nome “Eostern”)
2) Ostern, o termo em alemão para a Páscoa (perceba a semelhança com o nome “Ostara”)

As festas que aconteciam entre povos germânicos e celtas para essa deusa eram realizadas na mesma época da festa cristã. Com a cristianização desses povos, a tradicional festa pagã misturou-se com a comemoração cristã.

Atribui-se também os símbolos da páscoa – o coelho e os ovos – a elementos pagãos. Acredita-se que ovos e coelhos eram vistos por povos na antiguidade como símbolos da fertilidade. Assim, à medida que esses povos foram cristianizados, esses elementos foram sendo absorvidos pela festa cristã. A tradição de enfeitar os ovos e escondê-los teria chegado ao continente americano por meio de imigrantes alemães no século XVIII.

FONTE: https://www.historiadomundo.com.br/curiosidades/origem-pascoa.htm

Na maioria das línguas europeias, a festa cristã tem um nome derivado da palavra hebraica Pesach para a Páscoa judaica, quando se dizia que Jesus havia sido crucificado. Em grego, a festa é chamada de Pascha, em italiano Pasqua, em dinamarquês Paaske, em francês é Paques. No entanto, em alemão, o festival se chama: Ostern.

Em 725 d.C um monge inglês chamado Bed escreveu que a Páscoa recebeu o nome de uma deusa anglo-saxônica chamada “Eostre“, a deusa da primavera ou da renovação. Em 1835, Jacob Grimm propôs que o equivalente alemão Easter deve ter derivado do nome da mesma deusa, cujo nome germânico ele reconstruiu como “Ostara“.

A Páscoa nos Estados Unidos é chamada de Easter e também tem no coelho, símbolo da fertilidade, a principal figura representativa da data. Mas a Páscoa americana tem algumas semelhanças e várias diferenças com a Páscoa que estamos acostumados a celebrar no Brasil. A Páscoa nos Estados Unidos não é feriado.

FONTE: https://viajonarios.com.br/como-e-celebrada-a-pascoa-nos-eua/

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A PRIMEIRA PÁSCOA ISRAELITA NO EGITO

ÊXODO 12
1 Ora, o Senhor falou a Moisés e a Arão na terra do Egito, dizendo:
2 Este mês será para vós o princípio dos meses; este vos será o primeiro dos meses do ano.
3 Falai a toda a congregação de Israel, dizendo: Ao décimo dia deste mês tomará cada um para si um cordeiro, segundo as casas dos pais, um cordeiro para cada família.
4 Mas se a família for pequena demais para um cordeiro, tomá-lo-á juntamente com o vizinho mais próximo de sua casa, conforme o número de almas; conforme ao comer de cada um, fareis a conta para o cordeiro.
5 O cordeiro, ou cabrito, será sem defeito, macho de um ano, o qual tomareis das ovelhas ou das cabras,
6 e o guardareis até o décimo quarto dia deste mês; e toda a assembléia da congregação de Israel o matará à tardinha:
7 Tomarão do sangue, e pô-lo-ão em ambos os umbrais e na verga da porta, nas casas em que o comerem.
8 E naquela noite comerão a carne assada ao fogo, com pães ázimos; com ervas amargosas a comerão.
9 Não comereis dele cru, nem cozido em água, mas sim assado ao fogo; a sua cabeça com as suas pernas e com a sua fressura.
10 Nada dele deixareis até pela manhã; mas o que dele ficar até pela manhã, queimá-lo-eis no fogo.
11 Assim pois o comereis: Os vossos lombos cingidos, os vossos sapatos nos pés, e o vosso cajado na mão; e o comereis apressadamente; esta é a páscoa do Senhor.
12 Porque naquela noite passarei pela terra do Egito, e ferirei todos os primogênitos na terra do Egito, tanto dos homens como dos animais; e sobre todos os deuses do Egito executarei juízos; eu sou o Senhor.
13 Mas o sangue vos será por sinal nas casas em que estiverdes; vendo eu o sangue, passarei por cima de vós, e não haverá entre vós praga para vos destruir, quando eu ferir a terra do Egito. :
14 E este dia vos será por memorial, e celebrá-lo-eis por festa ao Senhor; através das vossas gerações o celebrareis por estatuto perpétuo.
15 Por sete dias comereis pães ázimos; logo ao primeiro dia tirareis o fermento das vossas casas, porque qualquer que comer pão levedado, entre o primeiro e o sétimo dia, esse será cortado de Israel.
16 E ao primeiro dia haverá uma santa convocação; também ao sétimo dia tereis uma santa convocação; neles não se fará trabalho algum, senão o que diz respeito ao que cada um houver de comer; somente isso poderá ser feito por vós.
17 Guardareis, pois, a festa dos pães ázimos, porque nesse mesmo dia tirei vossos exércitos da terra do Egito; pelo que guardareis este dia através das vossas gerações por estatuto perpétuo.
18 No primeiro mês, aos catorze dias do mês, à tarde, comereis pães ázimos até vinte e um do mês à tarde.
19 Por sete dias não se ache fermento algum nas vossas casas; porque qualquer que comer pão levedado, esse será cortado da congregação de Israel, tanto o peregrino como o natural da terra.
20 Nenhuma coisa levedada comereis; em todas as vossas habitações comereis pães ázimos.

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A FESTA DA PÁSCOA ACONTECIA JUNTO COM A FESTA DOS PÃES ÁZIMOS.

A festa dos pães ázimos e a festa da Páscoa aconteciam na mesma semana. As famílias deviam consumir ervas amargas e pães sem fermento durante sete dias simbolizando o sofrimento dos israelitas na escravidão no Egito, enquanto que a imolação dos cordeiros pascais no primeiro dia da festa (14 de Nisã) simbolizava a libertação do povo hebreu do cativeiro. Na verdade, como já falei, a imolação de cordeiros na festa da Páscoa simbolizava o sacrifício coletivo dos primogênitos do Egito, isto é, a morte de inocentes.

Na primeira Páscoa, cordeiros e cabritos machos de até um ano, sem defeito, foram sacrificados, ou seja, imolados e assados nas casas dos próprios israelitas, e o sangue desses animais foi usado para aspergir os umbrais das casas para que o anjo da morte não entrasse para matar os filhos primogênitos. Posteriormente a Páscoa foi celebrada em dois eventos na mesma semana. O texto diz que o próprio Deus liderou a matança dos primogênitos inocentes, pois disse: “Porque naquela noite passarei pela terra do Egito, e ferirei todos os primogênitos na terra do Egito, tanto dos homens como dos animais”.

Porém, em Deuteronômio 16 o Deus Javé dá novas instruções de como deveria ser celebrada a Páscoa. A mesma não devia ser celebrada em qualquer cidade ou lugar, mas num só lugar, com o povo em arraial. Os cordeiros, os cabritos e bois eram sacrificados e depois assados, e as carnes eram servidas para o povo consumir tudo no mesmo dia. Depois da instalação da festa da Páscoa no dia 14, os israelitas deviam passar mais sete dias consumindo apenas ervas amargas e pães ázimos. E no último dia da festa havia uma reunião solene.

Devemos entender, no entanto, que nesse dia da festa da Páscoa também eram realizados outros tipos de sacrifícios no Tarbenáculo móvel, sacrifícios contínuos diários pelos pecados do povo e sacrifícios realizados especificamente para purificação dos ministradores da festa.

Com o passar dos anos o povo passou a comemorar a festa da Páscoa de forma errada. Muitas famílias deixaram até de comemorar a Páscoa no Templo em Jerusalém. Após a divisão do povo de Israel em dois reinos, os samaritanos, que faziam parte do Reino do Norte, deixaram de participar da festa da Páscoa em Jerusalém e a celebravam no Monte Jerizim, pois diziam que lá era o verdadeiro lugar de adoração. Por causa dessas discordâncias os judeus do Reino do Sul criaram rixa com os samaritanos. A festa da Páscoa só voltou a ser celebrada conforme a ordem de Javé no tempo dos reis Ezequias e Josias. Veja isso em II Crônicas 30:1-18; 35:1-19.

Na antiga Páscoa dos judeus os cordeiros de um ano, sem mancha e sem defeito, não eram oferecidos em holocausto ou sacrifícios em cheiro suave ao Senhor, nem como símbolo de purificação ou para obtenção de perdão dos pecados. Eram tão somente imolados (mortos), assados, e depois consumidos pelos familiares no mesmo dia. Na verdade, os cordeiros eram mortos e consumidos em comemoração à morte dos primogênitos egípcios (a maioria crianças inocentes), e os pães ázimos e as ervas amargas é que simbolizavam a saída dos hebreus da escravidão no Egito. A morte dos cordeiros durante a Páscoa Judaica não era exatamente para comemorar a saída dos hebreus do Egito, mas para comemorar subliminarmente a morte dos primogênitos. Ou seja, comemorar o sacrifício coletivo dos primogênitos.

Jeová deixou escapar a orientação de que a Páscoa seria para homenagear a MORTE DOS PRIMOGÊNITOS, pois, disse que todos os animais primogênitos eram deles, tanto dos animais como dos homens. Ou seja, a morte dos cordeiros durante a Páscoa Judaica era na verdade um ritual em comemoração a um sacrifício coletivo de inocentes para Jeová. Veja a declaração bombástica:

“O Senhor matou todos os primogênitos na terra do Egito, tanto os primogênitos dos homens como os primogênitos dos animais; por isso eu sacrifico ao Senhor todos os primogênitos, sendo machos; mas a todo primogênito de meus filhos eu resgato” (Êxodo 13:15).

A palavra PÁSCOA no original significa PASSAGEM, mas passagem do anjo da morte matando os primogênitos tanto dos homens como dos animais dos egípcios. E depois dessa primeira matança dos primogênitos, o Deus Jeová instituiu um ritual a que denominou de PÁSCOA.

A CONTINUIDADE DA MATANÇA DOS FILHOS PRIMOGÊNITOS

A matança dos filhos primogênitos tanto dos homens como dos animais continuou, mas desta vez somente com as famílias dos hebreus. Para que não parecesse chocante o sacrifício dos primogênitos humanos, Jeová autorizou a remissão, ou seja, a troca por um cordeiro ou cabrito de cada primogênito das famílias dos hebreus. Então esses cordeiros ou cabritos eram sacrificados em lugar dos filhos dos hebreus. Veja, a seguir, os textos bíblicos relativos ao episódio da instituição da lei de sacrifício dos primogênitos inocentes, filhos dos israelitas.

“Porque todos os primogênitos são meus. No dia em que feri a todos os primogênitos na terra do Egito, santifiquei para mim todos os primogênitos em Israel, tanto dos homens como dos animais; meus serão. Eu sou o Senhor” (Números 3:13).

“Então falou o Senhor a Moisés, dizendo: Santifica-me todo primogênito, todo o que abrir a madre de sua mãe entre os filhos de Israel, assim de homens como de animais; porque meu é. E Moisés disse ao povo: Lembrai-vos deste dia, em que saístes do Egito, da casa da servidão; pois com mão forte o Senhor vos tirou daqui; portanto não se comerá pão levedado. Hoje, no mês de abibe, vós saís. (…) Portanto, guardarás este estatuto a seu tempo, de ano em ano. Também quando o Senhor te houver introduzido na terra dos cananeus, como jurou a ti e a teus pais, quando te houver dado, separarás para o Senhor tudo o que abrir a madre, até mesmo todo primogênito dos teus animais; os machos serão do Senhor. Mas todo primogênito de jumenta resgatarás com um cordeiro; e, se o não quiseres resgatar, quebrar-lhe-ás a cerviz:; e todo primogênito do homem entre teus filhos resgatarás. E quando teu filho te perguntar no futuro, dizendo: Que é isto? responder-lhe-ás: O Senhor, com mão forte, nos tirou do Egito, da casa da servidão. Porque sucedeu que, endurecendo-se Faraó, para não nos deixar ir, o Senhor matou todos os primogênitos na terra do Egito, tanto os primogênitos dos homens como os primogênitos dos animais; por isso eu sacrifico ao Senhor todos os primogênitos, sendo machos; mas a todo primogênito de meus filhos eu resgato. E isto será por sinal sobre tua mão, e por frontais entre os teus olhos, porque o Senhor, com mão forte, nos tirou do Egito” (Êxodo 13:1-16).

Ou seja, o Deus Javé ordenou uma lei bárbara, chocante e cruel, mas o povo hebreu aceitou como algo normal. Falo cruel porque milhares de animais que não tinham nada a ver com os pecados dos humanos era sacrificados ao Deus Javé. Pois, como esse suposto Deus Javé se dizia criador de tudo, autossuficiente e completo, não tinha porque agir de forma possessiva, afirmando que todos os filhos primogênitos eram dele, como se dependesse da vida e dos sangue de inocentes.

Aliás, o comportamento do Deus Javé em exigir sacrifícios de animais não era muito diferente dos outros deuses. Javé, no entanto, era mais exigente e organizado. Enquanto os outros deuses exigiam sacrifícios de animais e de seres humanos, principalmente criancinhas inocentes e moças virgens, queimados sobre uma pira ou jogados numa fornalha o Deus Javé exigia holocaustos de filhos primogênitos dos animais e dos humanos, apenas os machos de até um ano, sem defeito e sem mancha, queimados sobre um altar especial, de forma a sentir o cheiro suave da gordura.

Foi por causa dessas exigências santas que Javé não aceitou a oferta ou sacrifício de Caim. Gênesis 4 diz que Abel trouxe dos primogênitos das suas ovelhas e da sua gordura para oferecer em holocausto a Javé, enquanto que Caim trouxe do fruto da terra uma oferta ao Senhor. A razão de Javé não ter aceito a oferta de Caim está nesse detalhe: ele trouxe qualquer fruto da sua plantação, e ainda ofereceu de forma errada o seu sacrifício. Abel ofereceu as primícias do seu rebanho queimadas sobre um altar para que Javé sentisse o cheiro suave da gordura. Já Caim deve tomado quaisquer frutos ou cereais de sua plantação e queimado sobre o altar, o que não agradou o olfato de Javé, pois era um Deus sedento de sangue e de gordura de animais. O correto era ele ter pego as primícias da sua plantação para oferecer a Javé, pois essa era a sua principal exigência quanto aos sacrifícios. Além disso, na lei da oferta de cereais que o próprio Deus Javé instituiu posteriormente, o sacerdote devia queimar os frutos da terra com óleo, de forma a exalar um cheiro suave para que Javé pudesse se agradar. Até no ritual das ofertas de trigo Javé exigia que os sacerdotes colocassem mosto (vinho alcoólico), para que pudesse se deleitar com o cheiro de bebida forte. Outra hipótese para Javé não aceitar a oferta de Caim teria sido porque ele não quis trocar os frutos de sua plantação com um cordeiro da criação de seu irmão Abel para que pudesse oferecer em sacrifício para Deus. Ele, por teimosia, queria que Javé aceitasse a oferta de frutos da terra.

LEVÍTICO 2
1 Quando alguém fizer ao Senhor uma oferta de cereais, a sua oferta será de flor de farinha; deitará nela azeite, e sobre ela porá incenso;
14 Se fizeres ao Senhor oferta de cereais de primícias, oferecerás, como oferta de cereais das tuas primícias, espigas tostadas ao fogo, isto é, o grão trilhado de espigas verdes.
15 Sobre ela deitarás azeite, e lhe porás por cima incenso; é oferta de cereais.
16 O sacerdote queimará o memorial dela, isto é, parte do grão trilhado e parte do azeite com todo o incenso; é oferta queimada ao Senhor.

NÚMEROS 15
1 Depois disse o Senhor a Moisés:
2 Fala aos filhos de Israel e díze-lhes: Quando entrardes na terra da vossa habitação, que eu vos hei de dar,
3 e ao Senhor fizerdes, do gado eu do rebanho, oferta queimada, holocausto ou sacrifício, para cumprir um voto, ou como oferta voluntária, para fazer nas vossos festas fixas um cheiro suave ao Senhor,
4 Então aquele que fizer a sua oferta, fará ao Senhor uma oferta de cereais de um décimo de efa de flor de farinha, misturada com a quarta parte de um him de azeite;
5 e de VINHO para a oferta de libação prepararás a quarta parte de um him para o holocausto, ou para o sacrifício, para cada cordeiro;
6 e para cada carneiro prepararás como oferta de cereais, dois décimos de efa de flor de farinha, misturada com a terça parte de um him de azeite;
7 e de VINHO para a oferta de libação oferecerás a terça parte de um him em cheiro suave ao Senhor.

NÚMEROS 28
1 Disse mais o Senhor a Moisés:
2 Ordena aos filhos de Israel, e dize-lhes: A minha oferta, o alimento para as minhas ofertas queimadas, de cheiro suave para mim, tereis cuidado para ma oferecer aos seus tempos determinados.
3 Também lhes dirás: Esta é a oferta queimada que oferecereis ao Senhor: dois cordeiros de um ano, sem defeito, cada dia, em contínuo holocausto.
4 Um cordeiro oferecerás pela manhã, e o outro à tardinha,
5 juntamente com a décima parte de uma efa de flor de farinha em oferta de cereais, misturada com a quarta parte de um him de azeite batido.
6 Este é o holocausto contínuo, instituído no monte Sinai, em cheiro suave, oferta queimada ao Senhor.
7 A oferta de libação do mesmo será a quarta parte de um him para um cordeiro; no lugar santo oferecerás a libação de BEBIDA FORTE ao Senhor.

DEUTERONÔMIO 18
4 Ao sacerdote darás as primícias do teu grão, do teu MOSTO [bebida forte] e do teu azeite, e as primícias da tosquia das tuas ovelhas.

Parte do mosto (bebida forte ou vinho alcoólico) os sacerdotes consumiam, e outra parte eles usavam nos rituais de ofertas de libação. Os sacerdotes podiam consumir bebida forte em casa, mas eram expressamente proibidos de consumir mosto quando fossem realizar os sacrifícios no Tabernáculo ou no Templo.

Como afirmei, anteriormente, outros deuses também pediam sacrifícios e ofertas de libação aos seus seguidores, mas não eram tão exigentes como o Deus Javé. A oferta de libação também era um ato comum em rituais pagãos. Veja o caso de Acaz, rei de Judá. Ele chegou a sacrificar o próprio filho ao deus Moloc. Depois de retornar da Assíria, esse rei Acaz fez uma oferta de libação, derramando bebidas e aspergindo sangue dos seus sacrifícios sobre o altar.

2 REIS 16
2 Tinha Acaz vinte anos quando começou a reinar, e reinou dezesseis anos em Jerusalém; e não fez o que era reto aos olhos do Senhor seu Deus, como tinha feito Davi, seu pai,
3 mas andou no caminho dos reis de Israel, e até fez passar pelo fogo o seu filho, segundo as abominações dos gentios que o Senhor lançara fora de diante dos filhos de Israel.
4 Também oferecia sacrifícios e queimava incenso nos altos e nos outeiros, como também debaixo de toda árvore frondosa.
10 Então o rei Acaz foi a Damasco para se encontrar com Tiglate-Pileser, rei da Assíria; e, vendo o altar que estava em Damasco, enviou ao sacerdote Urias a figura do altar, e o modelo exato de toda a sua obra.
11 E Urias, o sacerdote, edificou o altar; conforme tudo o que o rei Acaz lhe tinha enviado de Damasco, assim o fez o sacerdote Urias, antes que o rei Acaz viesse de Damasco.
12 Tendo o rei vindo de Damasco, viu o altar; e, acercando-se do altar, ofereceu sacrifício sobre ele;
13 queimou o seu holocausto e a sua oferta de cereais, derramou a sua libação, e espargiu o sangue dos seus sacrifícios pacíficos sobre o altar.

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UMA OBSERVAÇÃO IMPORTANTE

Disse anteriormente que os cordeiros e cabritos não eram oferecidos em holocaustos como cheiro suave ao Senhor nos festejos da Páscoa; eram simplesmente imolados e preparados para serem assados e depois consumidos pelas famílias. Porém, há de se ressaltar o seguinte. Durante os festejos da Páscoa, do dia 14 ao dia 21 de Nisã, os sacrifícios contínuos de animais pelos pecados do povo continuavam sendo ministrados pelos levitas no Tabernáculo móvel ou no grande Templo em Jerusalém. No entanto, no primeiro dia da festa da Páscoa, dia 14, era feita a imolação coletiva de cordeiros e cabritos no arraial onde o povo se acampava. Os cordeiros e cabritos eram preparados pelos sacerdotes, depois assados em altares improvisados, e distribuídos entre as famílias para serem consumidos. Porém, esses cordeiros pascais assados não se constituíam num holocausto de cheiro suave ao Senhor nem como sacrifícios pelos pecados. Veja alguns textos que falam sobre milhares de cordeiros, cabritos e novilhos imolados no primeiro dia da festa da Páscoa.

NÚMEROS 9
1 Também falou o Senhor a Moisés no deserto de Sinai, no primeiro mês do segundo ano depois que saíram da terra do Egito, dizendo:
2 Celebrem os filhos de Israel a páscoa a seu tempo determinado.
3 No dia catorze deste mês, à tardinha, a seu tempo determinado, a celebrareis; segundo todos os seus estatutos, e segundo todas as suas ordenanças a celebrareis.
4 Disse, pois, Moisés aos filhos de Israel que celebrassem a páscoa.
5 Então celebraram a páscoa no dia catorze do primeiro mês, à tardinha, no deserto de Sinai; conforme tudo o que o Senhor ordenara a Moisés, assim fizeram os filhos de Israel.
6 Ora, havia alguns que se achavam imundos por terem tocado o cadáver de um homem, de modo que não podiam celebrar a páscoa naquele dia; pelo que no mesmo dia se chegaram perante Moisés e Arão;
7 e aqueles homens disseram-lhes: Estamos imundos por havermos tocado o cadáver de um homem; por que seríamos privados de oferecer a oferta do Senhor a seu tempo determinado no meio dos filhos de Israel?
8 Respondeu-lhes Moisés: Esperai, para que eu ouça o que o Senhor há de ordenar acerca de vós.
9 Então disse o Senhor a Moisés:
10 Fala aos filhos de Israel, dizendo: Se alguém dentre vós, ou dentre os vossos descendentes estiver imundo por ter tocado um cadáver, ou achar-se longe, em viagem, contudo ainda celebrará a páscoa ao Senhor.
11 No segundo mês, no dia: catorze, à tardinha, a celebrarão; comê-la-ão com pães ázimos e ervas amargas.
12 Dela não deixarão nada até pela manhã, nem quebrarão dela osso algum; segundo todo o estatuto da páscoa a celebrarão.

DEUTERONÔMIO 16
1 Guarda o mês de abibe, e celebra a páscoa ao Senhor teu Deus; porque no mês de abibe, de noite, o Senhor teu Deus tirou-te do Egito.
2 Então, das ovelhas e das vacas, sacrificarás a páscoa ao Senhor teu Deus, no lugar que o Senhor escolher para ali fazer habitar o seu nome.
3 Nela não comerás pão levedado; por sete dias comerás pães ázimos, pão de aflição (porquanto apressadamente saíste da terra do Egito), para que te lembres do dia da tua saída da terra do Egito, todos os dias da tua vida.
4 O fermento não aparecerá contigo por sete dias em todos os teus termos; também da carne que sacrificares à tarde, no primeiro dia, nada ficará até pela manhã.
5 Não poderás sacrificar a páscoa em qualquer uma das tuas cidades que o Senhor teu Deus te dá,
6 mas no lugar que o Senhor teu Deus escolher para ali fazer habitar o seu nome; ali sacrificarás a páscoa à tarde, ao pôr do sol, ao tempo determinado da tua saída do Egito.
7 Então a cozerás, e comerás no lugar que o Senhor teu Deus escolher; depois, pela manhã, voltarás e irás às tuas tendas.
8 Seis dias comerás pães ázimos, e no sétimo dia haverá assembléia solene ao Senhor teu Deus; nele nenhum trabalho farás.

“Então o rei deu ordem a todo o povo dizendo: Celebrai a páscoa ao Senhor vosso Deus, como está escrito neste livro do pacto. Pois não se celebrara tal páscoa desde os dias dos juízes que julgaram a Israel, nem em todos os dias dos reis de Israel, nem tampouco nos dias dos reis de Judá. Foi no décimo oitavo ano do rei Josias que esta páscoa foi celebrada ao Senhor em Jerusalém” (II Reis 23:21-23).

“Depois disso Ezequias enviou mensageiros por todo o Israel e Judá, e escreveu cartas a Efraim e a Manassés, para que viessem à casa do Senhor em Jerusalém, a fim de celebrarem a páscoa ao Senhor Deus de Israel. Pois o rei tivera conselho com os príncipes e com toda a congregação em Jerusalém, para celebrarem a páscoa no segundo mês. (…) E decretaram que se fizesse proclamação por todo o Israel, desde Berseba até Dã para que viessem celebrar a páscoa ao Senhor, Deus de Israel, em Jerusalém; porque muitos não a tinham celebrado como está escrito. (…) Então imolaram a páscoa no décimo quarto dia do segundo mês; e os sacerdotes e levitas, envergonhados, santificaram-se e trouxeram holocaustos à casa do Senhor. (…) Pois havia muitos na congregação que não se tinham santificado; pelo que os levitas tiveram que imolar os cordeiros da páscoa por todo aquele que não estava limpo, para o santificarem ao Senhor. Porque uma multidão do povo, muitos de Efraím e Manassés, Issacar e Zebulom, não se tinham purificado, contudo comeram a páscoa, ainda que não segundo o que está escrito; pois Ezequias tinha orado por eles. (…) Então Josias celebrou a páscoa ao Senhor em Jerusalém; imolou-se o cordeiro da páscoa no décimo quarto dia do primeiro mês. (…) Também imolai a páscoa, e santificai-vos, e preparai-a para vossos irmãos, fazendo conforme a palavra do Senhor dada por intermédio de Moisés. Ora, Josias deu aos filhos do povo, a todos que ali estavam, cordeiros e cabritos do rebanho em número de trinta mil, todos para os sacrifícios da páscoa, e três mil novilhos; isto era da fazenda do rei. Também os seus príncipes fizeram ofertas voluntárias ao povo, aos sacerdotes e aos levitas; Hilquias, Zacarias e Jeiel, chefes da casa de Deus, deram aos sacerdotes, para os sacrifícios da páscoa, dois mil e seiscentos cordeiros e cabritos e trezentos novilhos. Também Conanias, e Semaías e Netanel, seus irmãos, como também Hasabias, Jeiel e Jozabade, chefes dos levitas, apresentaram aos levitas, para os sacrifícios da páscoa, cinco mil cordeiros e cabritos e quinhentos novilhos. (…) Então imolaram a páscoa; e os sacerdotes espargiam o sangue que recebiam das mãos dos levitas, e estes esfolavam as reses. (…) Assaram a páscoa ao fogo, segundo a ordenança; e as ofertas sagradas cozeram em panelas em caldeirões e em tachos, e prontamente as repartiram entre todo o povo. (…) Assim se estabeleceu todo o serviço do Senhor naquele dia, para celebrar a páscoa, e para oferecer holocaustos sobre o altar do Senhor, segundo a ordem do rei Josias. E os filhos de Israel que ali estavam celebraram a páscoa naquela ocasião e, durante sete dias, a festa dos pães ázimos. Nunca se celebrara em Israel uma páscoa semelhante a essa, desde os dias do profeta Samuel; e nenhum dos reis de Israel celebrara tal páscoa como a que Josias celebrou com os sacerdotes e levitas, e todo o Judá e Israel que ali estavam, e os habitantes de Jerusalém. Foi no décimo oitavo ano do reinado de Josias que se celebrou esta páscoa” (II Crônicas 30:1-18; 35:1-19).

“E os que vieram do cativeiro celebraram a páscoa no dia catorze do primeiro mês. Pois os sacerdotes e levitas se tinham purificado como se fossem um só homem; todos estavam limpos. E imolaram o cordeiro da páscoa para todos os filhos do cativeiro, e para seus irmãos, os sacerdotes, e para si mesmos” (Esdras 6:19-20).

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POR QUE DIGO QUE A PÁSCOA CRISTÃ NUNCA FOI COMEMORADA PELOS CRISTÃOS PRIMITIVOS?

Primeiramente porque não há registros históricos em nenhuma das cartas paulinas e nem nas epístolas universais, de algum apóstolo de Cristo orientando a celebração da Páscoa Cristã.

A única Páscoa que os cristãos primitivos continuavam celebrando era a Páscoa Judaica, a mesma que sempre era celebrada no dia 14 do mês de Abibe (ou Nisã). E a Páscoa Judaica continuou sendo celebrada normalmente até o ano 70 d.C, quando o Grande Templo foi destruído e os judeus começaram a ser dispersados entre as nações. No ano 135 d.C. foi que ocorreu definitivamente a Segunda Diáspora Judaica, após um levante e massacre dos judeus.

Na verdade, a Páscoa cristã só foi oficializada no século IV, no primeiro Concílio de Nicéia, em 325 d.C. Alguns historiadores cristãos tentaram convencer que a Páscoa cristã começou a ser celebrada em meados do século II, mas não apresentaram nenhuma prova concreta. Lembrando que aquela ceia instituída por Jesus em lembrança ao seu sacrifício não tem nada a ver com Páscoa. E essa ceia instituída por Jesus não tinha nada de santa. A ceia era praticamente uma refeição cotidiana, principalmente quando os discípulos se reuniam em um só lugar. Nessa reunião deviam fazer menção à morte de Cristo, não como um ritual, mas como uma honra ao sacrifício do grande Mestre.

Jesus Cristo não podia ser o Cordeiro de Deus oferecido em sacrifício, porque, mesmo sendo primogênito, mas ele morreu aos 33 anos, sendo uma pessoa adulta. Os cordeiros e cabritos oferecidos em holocaustos ou imolados durante a Páscoa eram animais ainda pequenos, de um ano de idade. Se Jesus tinha que ser oferecido em sacrifício como Cordeiro de Deus, devia ter sido sacrificado até os três anos de idade. Os apóstolos Paulo e Pedro disseram que Jesus Cristo foi sacrificado como um cordeiro, sem defeito, sem mancha, isto é, sem pecado. Porém, o próprio Cristo disse que não era uma pessoa 100% boa, isto é, totalmente isenta de pecados. Um jovem rico perguntou a Jesus: “Bom mestre, que bem farei para herdar a vida eterna?”. E Ele respondeu: “Por que me chamas bom? Bom há um só, que é Deus”. Ou seja, o próprio Cristo confessou que não era uma pessoa perfeita, isenta de pecados.

A frase proferida por João Batista “Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” não é verdadeira (João 1:29). É uma frase falsa, pois, nenhum cordeiro ou cabrito oferecido em sacrifício ou holocausto tinha por finalidade perdoar ou tirar pecados de alguém. Os cordeiros eram oferecidos em holocaustos como oferta suave ao Senhor, e também eram imolados durante os festejos da Páscoa, mas não com a finalidade de tirar pecados de alguém.

Os únicos animais que eram oferecidos para perdoar ou tirar pecados de alguém eram o bode e o novilho. E estes animais eram sacrificados e queimados fora do tabernáculo ou fora do Templo. Jesus foi crucificado fora do Templo, no monte Calvário. Mesmo que Jesus tivesse sido morto dentro do Templo, sobre o altar no santo lugar, sua morte não teria significado para perdão de pecados.

Os cordeiros e cabritos sem mancha e sem defeito eram oferecidos em holocausto como oferta pacífica, oferta agradável ao Senhor, como uma forma de adoração e gratidão a Deus. Nunca eram oferecidos para pedir perdão a Deus, para obter perdão dos pecados. E os cordeiros mortos durante a Páscoa não eram oferecidos em holocaustos. Eram simplesmente mortos, sem nenhum ritual. Os animais que eram sacrificados para fins de obter perdão dos pecados eram o bode e o novilho, e havia um ritual antes da imolação do animal. O pecador tinha que colocar as mãos sobre a cabeça do animal e fazer uma prece, antes do sacerdote o imolar.

Todos os cordeiros oferecidos em holocaustos desde a fundação do mundo, isto é, desde o primeiro cordeiro oferecido por Abel, e depois por Noé, Abraão e Jacó, jamais tiveram por finalidade a obtenção de perdão dos pecados. Esses cordeiros foram oferecidos como sinal de fidelidade, louvor e gratidão ao Deus Jeová.

Na verdade, o simbolismo real da saída dos hebreus da escravidão no Egito eram os PÃES ÁZIMOS, feitos com ervas amargas e sem fermento, que eram consumidos durante a celebração da Páscoa.

“Guardareis, pois, a festa dos pães ázimos, porque nesse mesmo dia tirei vossos exércitos da terra do Egito; pelo que guardareis este dia através das vossas gerações por estatuto perpétuo” (Êxodo 12:17).

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JESUS CRISTO NÃO FOI CRUCIFICADO NO DIA 14 DO MÊS DE ABIBE, DURANTE O INÍCIO DA PÁSCOA JUDAICA. FOI DEPOIS, DURANTE A FESTA DOS PÃES ÁZIMOS. OS CORDEIROS ERAM MORTOS SOMENTE NA TARDE DO DIA 14. E JESUS FOI CRUCIFICADO NO DIA 15.

Jesus celebrou a Páscoa com seus discípulos antes de ser preso. Ou seja, Ele celebrou a Páscoa na tarde do dia 14 e início da noite do dia 15. Pois os festejos da Páscoa começavam na parte da tarde do dia 14. No início da noite, já dentro do dia 15, os hebreus ceavam e comiam os cordeiros assados. E segundo a ordenança da Páscoa, não podia sobrar nada dos cordeiros assados para o dia seguinte. O que sobrasse tinha que ser queimado durante a noite, antes de o dia clarear.

Sendo assim, Jesus não morreu como cordeiro pascal no dia 14 do mês de Abibe. Os próprios sacerdotes disseram que não podiam prender Jesus no período dos festejos da Páscoa, para não causar tumulto entre o povo. Havia dois períodos de festa: uma no dia 14 e outro no dia 21. Essa “festa” que os sacerdotes se referiram era a festa do dia 14, o início da Páscoa.

Veja bem. O dia no calendário judaico terminava às seis horas da tarde. E logo ao cair da noite já se contava o dia seguinte. Nessa semana da Páscoa que Cristo foi crucificado, os cordeiros foram mortos ou imolados na tarde de quinta-feira, dia 14. Jesus ceou a Páscoa com seus discípulos no início da noite do dia 15, uma sexta-feira, e foi preso na madrugada desse mesmo dia, e crucificado pela parte da tarde. Ou seja, Jesus celebrou a Páscoa na boca da noite de sexta-feira; foi preso na madrugada desse mesmo dia, julgado durante o dia, e finalmente crucificado às 3 horas da tarde, ficando apenas duas horas pendurado na cruz. No Evangelho de Marcos diz que José de Arimateia pediu para retirar o corpo de Cristo da cruz no “dia da preparação”, antes das 6 horas da tarde, ou seja, antes do início do Sábado. Jesus deve ter sido sepultado às 5 e meia da tarde de sexta-feira, antes do início do sábado. Ficou no sepulcro durante a noite e o dia de sábado, dia 16, e mais a noite de domingo, dia 17, tendo ressuscitado na manhã desse mesmo dia. Portanto, Jesus passou menos de três dias na sepultura. E isso não bate com a profecia, que diz que ele passaria três dias e três noites no sepulcro. Porém, não devemos levar a profecia no sentido literal. Devemos entender que assim que Jesus deu o último suspira na cruz, ele foi imediatamente para o Hades, levando consigo os espíritos dos dois ladrões que com Ele foram crucificados. Ou seja, a partir das 3 horas da tarde de sexta-feira, dia 15, devemos considerar que Jesus já se encontrava no mundo dos mortos, isto é, na sepultura, ou no Hades. Seu corpo passou toda a noite e o dia de sábado no sepulcro (dia 16), enquanto seu espírito estava no Hades, pregando o Evangelho aos espíritos em prisão. Passou a noite de domingo, dia 17, junto aos justos no Seio de Abraão, que se localizava no mesmo Hades, e retornou ao seu corpo na madrugada desse mesmo dia. Portanto, Jesus passou realmente três dias no mundo dos mortos, isto é, na condição de sepultado, não exatamente três dias literais, de 72 horas, mas três dias incompletos.

“E havendo Jesus concluído todas estas palavras, disse aos seus discípulos: Sabeis que daqui a dois dias é a páscoa; e o Filho do homem será entregue para ser crucificado. Então os principais sacerdotes e os anciãos do povo se reuniram no pátio da casa do sumo sacerdote, o qual se chamava Caifás; e deliberaram como prender Jesus a traição, e o matar. Mas diziam: Não durante a festa, para que não haja tumulto entre o povo” (Mateus 26:1-5).

“Ora, dali a dois dias era a páscoa e a festa dos pães ázimos; e os principais sacerdotes e os escribas andavam buscando como prender Jesus a traição, para o matarem. (…) Ora, no primeiro dia dos pães ázimos, quando imolavam a páscoa, disseram-lhe seus discípulos: Aonde queres que vamos fazer os preparativos para comeres a páscoa? Enviou, pois, dois dos seus discípulos, e disse-lhes: Ide à cidade, e vos sairá ao encontro um homem levando um cântaro de água; seguí-o” (Marcos 14:1, 12-13).

“Ao cair da tarde, como era o dia da preparação, isto é, a véspera do sábado, José de Arimatéia, ilustre membro do sinédrio, que também esperava o reino de Deus, cobrando ânimo foi Pilatos e pediu o corpo de Jesus. Admirou-se Pilatos de que já tivesse morrido; e chamando o centurião, perguntou-lhe se, de fato, havia morrido. E, depois que o soube do centurião, cedeu o cadáver a José; o qual, tendo comprado um pano de linho, tirou da cruz o corpo, envolveu-o no pano e o depositou num sepulcro aberto em rocha; e rolou uma pedra para a porta do sepulcro” (Marcos 15:42-46).

“Depois disto, José de Arimatéia, que era discípulo de Jesus, embora oculto por medo dos judeus, rogou a Pilatos que lhe permitisse tirar o corpo de Jesus; e Pilatos lho permitiu. Então foi e o tirou.E Nicodemos, aquele que anteriormente viera ter com Jesus de noite, foi também, levando cerca de cem libras duma mistura de mirra e aloés. Tomaram, pois, o corpo de Jesus, e o envolveram em panos de linho com as especiarias, como os judeus costumavam fazer na preparação para a sepultura. No lugar onde Jesus foi crucificado havia um jardim, e nesse jardim um sepulcro novo, em que ninguém ainda havia sido posto. Ali, pois, por ser a véspera do sábado dos judeus, e por estar perto aquele sepulcro, puseram a Jesus” (João 19:38-42).

O período da Páscoa Judaica ia do dia 14 ao dia 21 do mês de Abibe ou Nisã, o primeiro mês do calendário judaico. A celebração da Páscoa podia ser feita no dia 14 do segundo mês para aqueles que estivessem imundos ou viajando durante o dia 14 do primeiro mês. Havia uma grande festa (santa convocação) no dia 15 e outra no dia 21, no final dos festejos da Páscoa. Porém, a morte dos cordeiros para a ceia da Páscoa se dava na tarde do dia 14. Ao anoitecer, início do dia 15, os mesmos eram assados e depois consumidos pelas famílias dos israelitas. Na noite do dia 15 também se comiam os pães ázimos com ervas amargas junto com os cordeiros assados. Do dia 16 ao dia 21 eram consumidos somente pães ázimos, sem cordeiros assados.

“E ao primeiro dia haverá uma santa convocação; também ao sétimo dia tereis uma santa convocação; neles não se fará trabalho algum, senão o que diz respeito ao que cada um houver de comer; somente isso poderá ser feito por vós. Guardareis, pois, a festa dos pães ázimos, porque nesse mesmo dia tirei vossos exércitos da terra do Egito; pelo que guardareis este dia através das vossas gerações por estatuto perpétuo. No primeiro mês, aos catorze dias do mês, à tarde, comereis pães ázimos até vinte e um do mês à tarde” (Êxodo 12:16-18).

“Sete dias comerás pães ázimos, e ao sétimo dia haverá uma festa ao Senhor” (Êxodo 13:6).

“A festa dos pães ázimos guardarás: sete dias comerás pães ázimos como te ordenei, ao tempo apontado no mês de abibe, porque nele saíste do Egito; e ninguém apareça perante mim de mãos vazias” (Êxodo 23:15).

“E aos quinze dias desse mês é a festa dos pães ázimos do Senhor; sete dias comereis pães ázimos” (Levítico 23:6).

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AS CONTRADIÇÕES DOS RELATOS SOBRE O DIA DA CRUCIFICAÇÃO DE JESUS NOS QUATRO EVANGELHOS

A maioria dos teólogos e crentes fanáticos admite que na Bíblia não existem contradições. Mas nela há inúmeras contradições. Veja isso que diz o evangelista João:

“Depois conduziram Jesus da presença de Caifás para o pretório; era de manhã cedo; e eles não entraram no pretório, para não se contaminarem, para poderem comer a páscoa. (…) Tendes, porém, por costume que eu vos solte alguém por ocasião da páscoa; quereis, pois, que vos solte o rei dos judeus? Então todos tornaram a clamar dizendo: Este não, mas Barrabás. Ora, Barrabás era salteador” (João 18:28, 39-40).

O texto de João 18:28, 39-40 dá a entender que Jesus foi preso na madrugada do dia 14 do mês de Nisã, o dia oficial de celebração da Páscoa. O relato de João diz que as pessoas que conduziam Jesus preso “não entraram no pretório, para não se contaminarem, a fim de poderem comer a páscoa”, que seria realizada na tarde daquele mesmo dia. A festa oficial da Páscoa era celebrada somente no dia 14. A partir da noite do dia 15 até o dia 21 era celebrado a festa dos pães ázimos, que também se considerava como uma extensão da Páscoa, porém, não se imolavam cordeiros nesse período, exceto os animais do sacrifício contínuo no Templo em Jerusalém. A grande festa da Páscoa se dava na tarde do dia 14 e se estendia pela noite do dia 15, que começava depois das 6 horas da tarde. João relata que era costume soltar um prisioneiro por ocasião da Páscoa. E o povo incitado pelos sacerdotes escolheu que fosse solto Barrabás e que Jesus fosse crucificado.

Por esse relato de João, fica entendido que Jesus foi crucificado na tarde do no dia 14 de Nisã, o dia oficial da Páscoa. E os cordeiros pascais eram imolados exatamente à tardinha, isto é, depois das 3 horas da tarde. E Jesus morreu às 3 horas da tarde.

No entanto, há contradição sobre o dia da crucificação de Jesus com os relatos dos demais evangelistas.

Segundo os evangelistas Mateus, Marcos e Lucas, Jesus celebrou a Páscoa com seus discípulos antes de ser preso. Ou seja, Ele celebrou a Páscoa na tarde do dia 14 e início da noite do dia 15. E os festejos da Páscoa começavam exatamente na parte da tarde do dia 14. E no 15º dia, o início da festa dos pães ázimos, não havia imolação de cordeiros pascais. Sendo assim, como Jesus pode ter celebrado a ceia da Páscoa com seus discípulos antes de ser preso, sendo que no relato de João ele foi preso na madrugada do dia 14, antes do início oficial da celebração da Páscoa, que ainda ia acontecer pela parte da tarde desse mesmo dia?

Alguns intérpretes alegam que Jesus celebrou a Páscoa com seus discípulos um dia antes, na noite do dia 13, a fim de que fosse preso e morto exatamente no dia 14 de Nisã, o dia oficial Páscoa. Ou seja, ele teria antecipado a comemoração da Páscoa porque desejava ardentemente celebrá-la pela última vez com seus discípulos antes de partir. Ele mesmo declarou que desejou muito celebrar sua última Páscoa com seus discípulos, pois sabia que ia morrer na tarde do dia 14, e não poderia celebrar a ceia pascal na noite do dia 15. Porém, essa interpretação não tem muito fundamento. É apenas uma forçação para tentar mostrar que não existem contradições nos relatos dos evangelhos. Pois, Jesus mesmo disse que não veio para transgredir a Lei e os mandamentos. Se ele celebrou a Páscoa um dia antes da data oficial, então, Ele transgrediu o mandamento da Lei.

“Sabeis que daqui a dois dias é a páscoa; e o Filho do homem será entregue para ser crucificado. (…) Ora, no primeiro dia dos pães ázimos, vieram os discípulos a Jesus, e perguntaram: Onde queres que façamos os preparativos para comeres a páscoa? Respondeu ele: Ide à cidade a um certo homem, e dizei-lhe: O Mestre diz: O meu tempo está próximo; em tua casa celebrarei a páscoa com os meus discípulos. E os discípulos fizeram como Jesus lhes ordenara, e prepararam a páscoa. Ao anoitecer reclinou-se à mesa com os doze discípulos” (Mateus 26:2-28).

“Ora, dali a dois dias era a páscoa e a festa dos pães ázimos; e os principais sacerdotes e os escribas andavam buscando como prender Jesus a traição, para o matarem. (…) Ora, no primeiro dia dos pães ázimos, quando imolavam a páscoa, disseram-lhe seus discípulos: Aonde queres que vamos fazer os preparativos para comeres a páscoa? Enviou, pois, dois dos seus discípulos, e disse-lhes: Ide à cidade, e vos sairá ao encontro um homem levando um cântaro de água; seguí-o; e, onde ele entrar, dizei ao dono da casa: O Mestre manda perguntar: Onde está o meu aposento em que hei de comer a páscoa com os meus discípulos? E ele vos mostrará um grande cenáculo mobiliado e pronto; aí fazei-nos os preparativos. Partindo, pois, os discípulos, foram à cidade, onde acharam tudo como ele lhes dissera, e prepararam a páscoa. Ao anoitecer chegou ele com os doze” (Marcos 14:1-17).

“Aproximava-se a festa dos pães ázimos, que se chama a páscoa. (…) 7 Ora, chegou o dia dos pães ázimos, em que se devia imolar a páscoa; e Jesus enviou a Pedro e a João, dizendo: Ide, preparai-nos a páscoa, para que a comamos. Perguntaram-lhe eles: Onde queres que a preparemos? Respondeu-lhes: Quando entrardes na cidade, sair-vos-á ao encontro um homem, levando um cântaro de água; segui-o até a casa em que ele entrar. E direis ao dono da casa: O Mestre manda perguntar-te: Onde está o aposento em que hei de comer a páscoa com os meus discípulos? Então ele vos mostrará um grande cenáculo mobiliado; aí fazei os preparativos. Foram, pois, e acharam tudo como lhes dissera e prepararam a páscoa. E, chegada a hora, pôs-se Jesus à mesa, e com ele os apóstolos. E disse-lhes: Tenho desejado ardentemente comer convosco esta páscoa, antes da minha paixão; pois vos digo que não a comerei mais até que ela se cumpra no reino de Deus” (Lucas 22:1-16).

Note que os evangelistas Mateus, Marcos e Lucas disseram que os discípulos prepararam a ceia da Páscoa “no primeiro dia dos pães ázimos”, ou seja, na noite do dia 15 de Nisã, que começava a contar depois das 6 horas da tarde do dia 14. Repito: os cordeiros pascais eram imolados na tarde do dia 14. E na tarde do dia 15 não mais se imolavam cordeiros para celebração da Páscoa. Então, aí vemos uma grande contradição. Pois, João diz que Jesus foi preso na madrugada do dia 14, no dia da celebração da Páscoa. E ninguém podia celebrar a Páscoa antes da imolação dos cordeiros na parte da tarde. Os cordeiros assados eram consumidos na noite do dia 15 e nada restava até o amanhecer. Porém, Mateus, Marcos e Lucas atestam que Jesus celebrou a Páscoa no primeiro dia dos pães ázimos, isto é, na noite do dia 15, tendo sido preso de madrugara, julgado e crucificado na tarde desse mesmo dia.

Eu continuo acreditando que Jesus fez tudo conforme o mandamento da Lei sobre a celebração da Páscoa. Jesus não foi morto na tarde do dia 14 do mês de Abibe (Nisã) junto com os cordeiros pascais. Ele foi morto na tarde do dia 15, no primeiro dia da festa dos pães ázimos, uma sexta-feira.

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CONCLUSÃO

A morte de Jesus Cristo na cruz NÃO foi para perdoar pecados de ninguém. Jesus não morreu como um cordeiro de Deus, mesmo sendo filho primogênito do Espírito Santo, pois, Ele não morreu ainda criança. Morreu adulto. Além do mais, sua morte não ocorreu sobre o altar dentro do Templo, mas fora do tabernáculo. Se a morte de Cristo ocorreu fora da porta, sobre um altar imundo (a cruz), então ele morreu como um bode ou novilho, e não como um cordeiro. Pois, está escrito: “Maldito todo o que for pendurado no madeiro”. O apóstolo Paulo diz que Cristo se fez maldição por nós. Portanto, segundo a lógica da teologia tradicional, Cristo não morreu como um Cordeiro de Deus, mas como um bode ou novilho sobre um altar imundo. Porém, minha teologia é diferente. Sendo assim, a Páscoa Cristã não existe. Foi apenas uma invenção da Igreja Católica, depois, adotada pelos protestantes.

“Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro” (Gálatas 3:13).

Os tradutores católicos cometeram um sacrilégio no Evangelho de Mateus, ao alterar o texto do relato da última ceia de Jesus com seus discípulos, quando se diz que o sangue de Jesus seria derramado para remissão de pecados. Esse mesmo episódio da última ceia de Cristo com seus discípulos foi relatado pelos evangelistas Marcos e Lucas. Mas estes não afirmaram que o derramamento do sangue de Cristo seria para perdão de pecados. Jesus disse que seu sangue seria derramado em favor de muitos. Não disse que seria derramado para remissão de pecados. Vejamos a comparação:

“Enquanto comiam, Jesus tomou o pão e, abençoando-o, o partiu e o deu aos discípulos, dizendo: Tomai, comei; isto é o meu corpo. E tomando um cálice, rendeu graças e deu-lho, dizendo: Bebei dele todos; pois isto é o meu sangue, o sangue do pacto, o qual é derramado por muitos para remissão dos pecados. Mas digo-vos que desde agora não mais beberei deste fruto da videira até aquele dia em que convosco o beba novamente no reino de meu Pai” (Mateus 26:26-29).

“Enquanto comiam, Jesus tomou pão e, abençoando-o, o partiu e deu-lho, dizendo: Tomai; isto é o meu corpo. E tomando um cálice, rendeu graças e deu-lho; e todos beberam dele. E disse-lhes: Isto é o meu sangue, o sangue do pacto, que por muitos é derramado. Em verdade vos digo que não beberei mais do fruto da videira, até aquele dia em que o beber novamente no reino de Deus” (Marcos 14:22-25).

“E disse-lhes: Tenho desejado ardentemente comer convosco esta páscoa, antes da minha paixão; pois vos digo que não a comerei mais até que ela se cumpra no reino de Deus. Então havendo recebido um cálice, e tendo dado graças, disse: Tomai-o, e reparti-o entre vós; porque vos digo que desde agora não mais beberei do fruto da videira, até que venha o reino de Deus. E tomando pão, e havendo dado graças, partiu-o e deu-lho, dizendo: Isto é o meu corpo, que é dado por vós; fazei isto em memória de mim. Semelhantemente, depois da ceia, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é o novo pacto em meu sangue, que é derramado por vós” (Lucas 22:15-20).

Observe que o complemento final da frase “Isto é o meu sangue, o sangue do pacto, o qual é derramado por muitos para remissão dos pecados” não existe. Foi um acréscimo, uma adulteração colocada no Evangelho de Mateus pelos tradutores católicos, que eram padres. Segundo estudiosos, o Evangelho de Mateus foi o único escrito em aramaico. Os padres católicos se apossaram da única cópia desse Evangelho em aramaico e entregaram um cópia em grego, cheia de adulterações, com a finalidade de exaltar Jesus como Deus, a segunda pessoa da trindade. A fórmula batismal “em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”, do capítulo 28, também foi uma adulteração grosseria. Nenhum dos apóstolos obedeceu essa fórmula batismal, pois ela é falsa. Os apóstolos batizavam os novos convertidos “em nome de Jesus”, e não nessa falsa fórmula batismal que os católicos e evangélicos pentecostais utilizam.

Jesus Cristo disse: “Tenho desejado ardentemente comer convosco esta Páscoa antes da minha morte, pois vos digo que não mais a comerei até aquele dia em que a comer novamente no reino de meu Pai”. Isso mostra que Cristo demonstrou desejo de comemorar a Páscoa Judaica juntamente com seus discípulos no seu futuro reino aqui na Terra. E isso é mais uma prova de que as ordenanças da Lei de Moisés não foram anuladas.

A expressão “reino de meu Pai” ou “reino de Deus” não significa um reino nos céus, pois, “céu” ou “céus” não é um lugar definido, localizado, paradisíaco. “Céu” é somente a designação do espaço sideral, o espaço infinito que fica para cima. “Reino de meu Pai” quer dizer o reino de Cristo que o Pai lhe concedeu, para reger as nações aqui na Terra.

Para Miquels7, a morte de Cristo teve outro significado. Para saber o real motivo da morte de Jesus Cristo, leia os textos deste site. Tenho postado estudos desde o ano de 2008.

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Miquels7
Manaus-AM, 21 de abril de 2019.